O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neuropsiquiátrica complexa que afeta o desenvolvimento social, comunicativo e comportamental dos indivíduos.
O diagnóstico precoce e preciso é essencial para a intervenção eficaz e o suporte adequado. Com a evolução dos critérios diagnósticos e a maior compreensão sobre o autismo, novas ferramentas e manuais foram desenvolvidos para auxiliar os profissionais de saúde.
Neste artigo, abordamos alguns pontos importantes e informativos sobre esse tema. Acompanhe!
O manual DSM-5
O manual usado por médicos e profissionais para análise de critérios que fecham diagnóstico de autismo é o DSM-5.
Ele normatizou as características globais do TEA, deixando os critérios diagnósticos homogêneos e facilitando a identificação do autismo.
Outra novidade foi a fusão do transtorno autista, do transtorno de Asperger e do transtorno global do desenvolvimento no transtorno do espectro autista.
Os sintomas, que antes eram diagnosticados separadamente, são um contínuo único de prejuízos com identidades de leve a severas – nos domínios de comunicação e comportamentos restritos e repetitivos. Portanto, não há justificativa de diagnosticá-los de modo desassociado.
“Essa mudança foi implementada para melhorar a sensibilidade e a especificidade dos critérios para o diagnóstico de transtorno do espectro autista e para identificar alvos mais focados de tratamento para os prejuízos específicos observados.” (DSM-5, 2014)
Fonte: Cartilha DSM5 – Site Autismo e Realidade.
Critérios diagnósticos do DSM-5
O DSM-5 define critérios específicos que devem ser observados para o diagnóstico de TEA. Esses critérios são divididos em duas categorias principais: déficits persistentes na comunicação social e interação social, e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
Déficits na comunicação social e interação social
Os déficits nesta área devem ser evidentes em múltiplos contextos, não se limitando a um ambiente específico. Os exemplos incluem dificuldades na reciprocidade social ou emocional, falhas na comunicação não verbal usada para interação social, e problemas para desenvolver, manter e compreender relacionamentos.
Padrões restritos e repetitivos de comportamento
Os padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades incluem movimentos motores estereotipados ou repetitivos, insistência em rotinas, interesses fixos anormais em intensidade ou foco e hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais.
Importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce de TEA é fundamental para maximizar o potencial de desenvolvimento da criança.
Intervenções iniciadas em idades mais jovens podem melhorar significativamente as habilidades sociais, comunicativas e cognitivas, proporcionando uma melhor qualidade de vida.
Profissionais de saúde, educadores e pais devem estar atentos aos sinais precoces e buscar avaliação especializada quando necessário,e, caso se confirme o diagnóstico, buscar o atendimento adequado.

A importância das terapias para pessoas com TEA
Existem várias abordagens de terapias sociais que podem ser benéficas para pessoas com TEA.
Algumas das mais comuns incluem:
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
A TCC é uma abordagem que ajuda os indivíduos a identificar e modificar pensamentos e comportamentos negativos. No contexto do TEA, a TCC pode ser adaptada para ensinar habilidades sociais, ajudar a gerenciar a ansiedade social e melhorar a interação com os outros.
Treinamento de habilidades sociais
Este tipo de terapia envolve a prática de habilidades sociais específicas em um ambiente estruturado. As sessões podem incluir atividades como jogos de papéis, modelagem de comportamento adequado e feedback imediato. O treinamento de habilidades sociais é frequentemente realizado em grupos, o que proporciona oportunidades para interação social e prática.
Intervenções baseadas em teatro
As intervenções baseadas em teatro utilizam técnicas teatrais para ajudar os indivíduos a desenvolverem empatia, compreensão de emoções e habilidades de comunicação. Participar em jogos dramáticos e encenar situações sociais permite que as pessoas com TEA pratiquem a interação social de uma forma divertida e envolvente.
Terapia ocupacional
A terapia ocupacional pode incluir componentes sociais, especialmente quando se trabalha com crianças com TEA. Os terapeutas ocupacionais ajudam a melhorar a capacidade das crianças de participar em atividades sociais, tanto em casa quanto na escola, por meio de exercícios que desenvolvem habilidades motoras e sensoriais.
Terapia de jogo
A terapia de jogo é utilizada principalmente com crianças pequenas e envolve o uso de jogos e brincadeiras para ensinar habilidades sociais e emocionais. Através do jogo, as crianças aprendem a compartilhar e resolver conflitos de maneira construtiva.
Benefícios das terapias para pessoas com TEA
As terapias sociais oferecem uma ampla gama de benefícios para indivíduos com TEA, incluindo:
Melhoria nas habilidades de comunicação
As terapias sociais ajudam a desenvolver habilidades de comunicação verbal e não verbal. Isso inclui melhorar a capacidade de iniciar e manter conversas, interpretar pistas sociais e expressar emoções de forma adequada.
Aumento da empatia e compreensão emocional
Participar de terapias sociais, especialmente aquelas baseadas em teatro, pode aumentar a empatia e a compreensão das emoções dos outros. Isso é crucial para desenvolver relacionamentos saudáveis e significativos.
Redução da ansiedade social
A prática de habilidades sociais em um ambiente seguro e estruturado pode ajudar a reduzir a ansiedade associada às interações sociais. Isso, por sua vez, aumenta a confiança e a disposição para participar de atividades sociais.
Melhoria da qualidade de vida
Com habilidades sociais aprimoradas, os indivíduos com TEA podem participar mais plenamente em suas comunidades, estabelecer amizades e ter uma vida mais satisfatória e independente.
Como pode ver, as terapias são uma parte essencial do tratamento para pessoas com TEA. Elas fornecem ferramentas e estratégias para melhorar a comunicação, a interação social e a compreensão emocional.
Com o suporte adequado, indivíduos com TEA podem alcançar um maior nível de independência e bem-estar, melhorando significativamente sua qualidade de vida.
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